O Todo é Sempre Menor que as Partes: um teste digital acerca das mônadas de Gabriel Tarde
Bruno Latour, Pablo Jensen, Dominique Boullier, Sébastian Grauwin, Tommaso Venturini
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Neste artigo, argumentamos que a nova disponibilidade de conjuntos de dados digitais nos permite revisitar a te- oria social de Gabriel Tarde (1843-1904), de maneira a dispensar inteiramente o uso de noções como “indivíduo” ou “sociedade”. Nosso argumento é que, quando era im- possível, complicado ou simplesmente lento montar e na- vegar através da massa de informações sobre itens espe- cíficos, fazia sentido tratar dados sobre conexões sociais com a definição de dois níveis: um para o elemento, outro para os agregados. Porém, uma vez que nós temos a expe- riência de seguir os indivíduos através de suas conexões (que é frequentemente o caso com os perfis) poderia ser mais gratificante começar a navegar pelos conjuntos de dados sem fazer distinção entre o nível do componente individual e o da estrutura agregada. Torna-se possível dar alguma credibilidade a estranha ideia de “mônadas”, de Tarde. Nós afirmamos que esse tipo de prática de na- vegação tornou-se possível somente agora pelas bases de dados disponíveis digitalmente, e que tal prática poderia modificar a teoria social se pudéssemos visualizar esse novo tipo de exploração de uma forma coerente. Palavras-chave: Teoria Social; Gabriel Tarde; teoria ator- -rede; métodos digitais; visualização de dados